domingo, 21 de setembro de 2008

T.I.C.’s (Tiques) [Tickets]




T.I.C.’s (Tiques) [Tickets]




O Tiques era um chato! Já era eu civil e ele ao ver-me (ao verme) disse: «Pegue lá na sua viola e vá tocar para a sua…», nem ouvi o resto da cantilena e pus-me ao fresco (he was a tuff guy). Se ele era assim com um Cybil, pior com um mElitar. Homem cruel, este Tiques. Recordo-me como se fosse hoje: lá estava eu todo verdinho às manchas, no claustro de Stª+, preparado para entrar de serviço à Coruja Alta. Era o Tiques (a fera) que passava revista às tropas e, ao passar por mim fez uma cara de desagrado, apontou para o meu crachá “pirata” (caveira e tíbias brancas em fundo preto) e disse: «Você não pode ter isto aqui», ao que respondi: «Eu sei» - e ali ficou. Ali ficou, e sempre esteve até ao fim do cativeiro. Ainda o tenho (e o casaco de manchas também). O Tiques era mesmo bera. Acho que aprendeu a ser assim com o Capataz, que também era um mau. Pior que todos eles, só eu (pior que todos eles juntos!).


Eu era tão mau, tão mau, tão mau, que fugia da Sectrans e metia-me nos quartos dos Furras a fazer judiarias. Um dia fui a um quarto do primeiro andar e saquei o casaco da nº2 a um desgraçado (ausente). Tirei o 2º botão e dei-me ao excelso e profícuo trabalho de o voltar a coser, só que um centímetro abaixo. Alguns dias depois foi um deleite ver o criatura todo atrapalhado com o Tiques a dizer-lhe (no seu jeito peculiar): «Ó homem, arranje isso». E o pobre Furra, ser perceber o que lhe tinha acontecido, desabotoava o casaco e voltava a abotoar de uma e outra forma e ficava cada vez mais torto. O Tiques era mesmo mau, mas eu era ainda muito mais mau pior do que até mais ele.



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